sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quem quer ser um psicanalista?


Quem quer ser psicanalista?
            Está frase: quem quer ser, vem da famosa pergunta que ouvimos quando criança, o que você vai ser quando crescer?Dificilmente uma criança dirá: quero ser psicanalista. Mas quando chegamos a vida adulta, tornamos alguma coisa, e dentro desse torna se algo, uns decidem ocupar a função do psicanalista.
             Que loucura! Ser psicanalista é ser louco.
              Só que loucura maior e quando aqueles que ocupam tal função, ainda são crianças. Sonham em salvar alguém, quando não a mãe o pai.
             Quero mencionar uma critica a essas crianças-adultas que se dizem analista. Serge André no livro Impostura perversa diz: (Que vem a ser o psicanalista, já que não é quem se suponha que fosse não é apenas o sujeito-que-supostamente-sabe o sentido, se não aquele que só se presta alimentar a chama dessa crença ou dessa suposição a fim de melhor fazê-la chegar a seu ponto original de não-senso? Descobrir para que serve o psicanalista,em cada caso singular,torna-se, assim, objetivo da experiência analítica.O analista é então deslocado de sua função de intérprete para a de causa,de objeto-causa da experiência,que ele mais suscita do que explica.Nesse ponto decisivo, é o desejo do analista, mais do que seu saber,que constitui o motor e a garantia de sua prática.)
           É preciso se desautorizar da cultura e do senso-mundo e adentrar no singular de cada um, se fazendo do suposto-saber para mostrar que quem “real” sabe é o paciente, dizendo a ele goze, que analise acontece.É neste mecanismo que existe um analisando e um analista e um amor.Transferência.
            Ser analista é amar o nada, o nada sei.Portanto somente assim pode existir um saber, talvez o saber do sintoma.
             Ser psicanalista é uma das mais belas das perversões,não perversidade.

José Lessa Filho.

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