sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Rei morto Rei posto?


O Pai está morto?


Percorrem-se, dentro da obra freudiana, as diversas formulações a respeito do pai
– o pai sedutor, o pai no complexo de Édipo e sua relação com a instância
superegóica, o pai e a formação da cultura.

Lacan (1956/1957) coloca, em seu Seminário A relação de objeto, que a pergunta “o que é o pai” é uma questão não resolvida no centro da experiência analítica (Lacan,
p. 383). Trata-se, pois, de um enigma que, segundo Michel Silvestre, permaneceu “im-penetrável” para Freud até o fim de sua vida, assim como o enigma “o que quer uma
mulher”. De fato, a obra de Freud é toda marcada por tentativas de resposta a esse
enigma e por sua importância na constituição própria do psiquismo. O nascimento da psicanálise tem uma relação estreita com um declínio da imagem paterna na Viena de então...

O pai na psicanálise – eis o que iremos abordar nesta fala.

O pai freudiano:
Em ”A psicoterapia da histeria”, Freud (1895) deixa claro o ponto de vista de que a sexualidade estava no centro da explicação etiológica das neuroses. Em suas investigações, se apercebe de que tal sexualidade referia-se especificamente a uma sedução, predominantemente do adulto para a criança. Concluiu que os pais eram perversos e seduziam as crianças, chegando a associar a idade delas no momento da sedução com o futuro desenvolvimento da histeria. Sua teoria da sedução aponta para um pai pervertido. Entretanto, Freud percebe que as cenas infantis relatadas no decorrer da análise nem sempre eram uma realidade, mas sim uma fantasia inconsciente de sedução, o que derruba a causalidade factual na explicação etiológica da neurose. É o que ele escreve a Fliess quando lhe diz que não acredita mais em sua neurótica.

Octave Mannoni (1994) coloca que a teoria da sedução, apesar da distorção que continha, abria alas para o complexo de Édipo quando preconizava a violação da proibição do incesto como fator etiológico das neuroses, apesar de, naquele momento, ainda ser considerada real. “... essa hipótese etiológica não era senão a resistência que o protegia do conhecimento dos desejos edipianos  inconscientes.

Roudinesco (1998) nos lembra que a passagem da teoria da sedução para teoria da fantasia inconsciente colocou Freud, pessoalmente, em xeque: ao lançar dúvidas sobre o pai, também o fez sobre Jakob Freud, seu pai, e sobre ele mesmo com relação às suas filhas. Um ano depois da morte de seu pai, Jakob,Freud formula a teoria do complexo de Édipo. Lembremos que ele escreve a Fliess uma carta relatando um sonho que teve perto do dia do funeral de seu pai: viu, em local público, o aviso – “pede-se que você feche os olhos”. Freud interpreta tal sonho como:

... cada um deve cumprir seu dever para com
os mortos (um pedido de desculpas, como se
eu não o tivesse feito e estivesse precisando de
clemência. (Masson, 1986, p. 203)

A que Freud precisava fechar os olhos? À generalização do Complexo de Édipo?
O pai no complexo de Édipo. Mais uma vez buscando em si próprio as respostas aos enigmas em que esbarrava, Freud chega ao complexo de Édipo. Em sua “análise original” reconhece seus sentimentos de amor com relação à sua mãe e seu conflito de sentimentos em relação ao pai – ciúme e amor (ibid., p. 273). Em “O ego e o id” Freud (1923a) descreve o que seria o Édipo no menino: amor pela mãe, hostilidade pelo pai, ambivalência emocional. Em “Organização genital infantil”, Freud (1923b) apresenta a idéia de que para ambos os sexos há apenas o órgão genital masculino, o que permite dizer que há primazia não dos órgãos genitais, mas do falo. A crença do menino é a de que todos têm pipi e a descoberta, através de uma pesquisa, de que nem todos o têm, necessita explicação. Inicialmente pensa que ele crescerá e, mais tarde, atribui a falta a uma castração.

Neste caso, a mãe é preservada, não-castrada. Assim, há duas possibilidades, aponta
Freud: possuir o órgão genital masculino ou ser castrado. No ano seguinte, em “A dissolução do complexo de Édipo”, Freud (1924) se pergunta sobre o que ocasionaria sua dissolução, fazendo-o sucumbir ao recalque. A resposta é fundada na ameaça de castração. Freud logo aponta que isto não se dá de uma só vez, havendo experiências que “… preparam para perda de partes altamente valorizadas do corpo” (p. 195). Refere-se a perdas parciais – seio, fezes... Mas a experiência que faz essa ameaça mais poderosa é a visão dos órgãos genitais femininos, pois torna concreta a perda do próprio pênis, e “a ameaça de castração ganha seu efeito adiado” (p. 195). Freud conclui que o “interesse narcísico” do menino triunfa frente ao seu investimento libidinal no objeto parental e “… o ego da criança volta as costas ao complexo de Édipo” (p. 196). O investimento de objetos é substituído por identificações, diz Freud. O supereu se forma.

No caso da menina, a dissolução do Édipo se dá por outra via, por uma troca simbólica entre pênis e bebê. Com a não realização de tal desejo, o complexo de Édipo é abandonado (ibid., p. 198). Lacan divide o complexo de Édipo em três tempos e localiza o pai nesse contexto.

1)No primeiro momento, a criança se identifica com o que é objeto de desejo da mãe,
aquilo que se chamou falo.
2)Em um segundo tempo, o pai intervém como privador duplo: priva a criança do objeto de seu desejo e a mãe de seu objeto fálico. Sauret (1998) usa uma imagem para demarcar a função paterna aqui: diz que o pai real pode intervir como privador “fazendo a cama” para o pai simbólico. E então ele acrescenta algo importante: o pai simbólico deita-se nesta cama se a mãe o invocou como mediador. A questão toda está situada, então, em se localizar quem é o pai para a mãe, quem ela reconhece como importante, a quem ela refere como seu objeto de desejo. Assim, o pai vem na palavra da mãe, em seu discurso, ele é simbólico.
3)Em um terceiro tempo, o pai intervém como aquele que tem o falo e não como aquele que o é. Com isto, a criança percebe que há algo que a mãe deseja no pai, o falo, e então não se trata de ser privador. É neste lugar de quem tem, que o pai aparece para a criança como alguém a se espelhar, como o ideal do eu, pela via da identificação. Daí teremos o declínio do complexo de Édipo, que deixará um recalcamento originário como marca e o supereu como herdeiro. Michel Silvestre (1996) nos ajuda a entender qual é o lugar do pai na configuração edípica ao falar que a dissolução do complexo de Édipo implica a morte do pai:

… a entrada no Édipo é desencadeada pelo pai,
desencadeamento que é sucessivamente denominado
de obstáculo, detenção, interdição,
ameaça, dirigidos tanto à mãe quanto à masturbação.
A saída do Édipo, seu “declínio”, tem
uma única significação: a morte do pai, ou,
mais precisamente, a entrada em cena do “pai
morto”. (p. 90)


O Pai Lacaniano

A função simbólica do pai é a do pai morto,já que é como morto que ele pode ser equivalente a puro significante. E é por isto que o pai, o pai simbólico, se relaciona com a lei.

Para que haja alguma coisa que faz com que a
lei seja fundada no pai, é preciso haver o assassinato
do pai. As duas coisas estão estreitamente
ligadas – o pai como aquele que promulga
a lei é o pai morto, isto é, o símbolo do pai.
O pai morto é o Nome-do-Pai, que se constrói
aí sobre o conteúdo. (Lacan, 1957-1958, p. 152)

A teoria edípica aponta para um pai simbólico, possível pela “morte do pai”, por sua falta. Lacan (ibid.), no Seminário 5 – As formações do inconsciente, diz que o pai no complexo de Édipo é uma metáfora:

Que é o pai? (…) A questão toda é saber o que
ele é no complexo de Édipo. Pois bem, o pai
aí não é um objeto real, mesmo que tenha de
intervir como objeto real para dar corpo à
castração. (…) Ele tampouco é unicamente
um objeto ideal… O que lhes trago hoje,
justamente, dá um pouco mais de exatidão à
idéia de pai simbólico. É isto: o pai é uma
metáfora. (p. 180)

Da solução edípica resta o supereu como instância que internalizou a lei do pai, o que nos convida a tentar articular o que isso tem de relação com a função do pai. Uma vez que o supereu é a instância diferenciada do eu, com uma função censora, o representante da lei, como podemos articulá-lo com a função do pai, na psicanálise? Desavisadamente poderíamos supor que um seria o avanço do outro, já que o supereu é o representante da lei do pai internalizada, e o Nome-do-Pai o significante da função paterna.

Lacan (Idem, p. 186) coloca, exatamente, a função do pai, com a preocupação de logo esclarecer: O pai, para nós, é, ele é real. Mas, não nos esqueçamos de que ele só é real na medida em que as instituições lhe conferem, eu nem diria seu papel e sua função de pai – não se trata de uma questão sociológica – mas seu nome de pai.

O pai, portanto, para a psicanálise, só é real porque foi feito nome. E Lacan
(Idem, p. 187) chamará de Nome-do-Pai a essa função por ele exercida, conferindo-lhe
estatuto simbólico, ao dizer: A posição do Nome-do-Pai como tal, a qualidade do pai como procriador, é uma questão que se situa no nível simbólico. Pode materializar-se sob as diversas formas culturais, mas não depende como tal da forma cultural, é uma
necessidade da cadeia significante.

Assim, para a psicanálise, o pai que conta é palavra que estrutura, ele entra na relação de alienação mãe-criança, para fazer do pequeno ser em estruturação, sujeito de desejo. Também em Porge (1998, p. 157) encontra-se uma aproximação entre Édipo e Nome do-Pai, quando ele afirma que, na teoria freudiana, o complexo de Édipo “é um Nome-do-Pai que funciona aí onde justamente há um ponto em que a teoria não tem pai”. E explica: “Ele é um Nome-do-Pai porque é uma nominação do pai nos dois sentidos do termo: nominação de uma função do pai e nominação produzida por Freud a quem se pode imputar ser o pai da psicanálise.” Em A relação de objeto, seminário de 1956 1957, Lacan apresenta um desenho que repete em As formações do inconsciente, o qual lhe permite mostrar que “a posição do significante paterno no símbolo [é] fundadora da posição do falo no plano imaginário” (Idem, p. 189).

A transformação da relação dual mãe-criança, num ternário imaginário cujo vértice é ocupado pelo falo, numa simetria com o ternário simbólico, em cujo vértice está o pai, torna possível entender que o falo está aí, naquela posição, porque ele é um objeto privilegiado na ordem simbólica que aponta na direção de um para-além do desejo da mãe. Se não houver esse para-além, algo mais que a mobilize, não poderia andar a dialética edipiana: como poderia sair do aprisionamento imaginário essa criança que aí está, numa relação de pleno gozo de completude imaginária, se a mãe só tem olhos para ela?

Felizmente, para a criança, o falo – como ensina Lacan – é o objeto de desejo da
mãe, objeto ao qual ela terá acesso pela mediação do pai, mediação, no entanto, que
só ocorrerá na dependência da posição ocupada pelo pai na ordem simbólica (Idem, p.
190). Assim, a posição do significante paterno no símbolo funda a posição do falo no
imaginário. É nisso que consiste a metáfora paterna: na substituição do significante
materno pelo significante paterno. Dito de outro modo, do significante do desejo da mãe
pelo significante Nome-do-Pai.

Lacan (Idem, p. 197) destaca a relação entre o Nome-do-Pai e a lei, ao afirmar: O essencial é que a mãe funde o pai como mediador daquilo que está para além da lei dela e de seu capricho, ou seja, pura e simplesmente, a lei como tal. Trata-se do pai, portanto, como Nome-do-Pai, estreitamente ligado à enunciação da lei.

Há, assim, uma lei da mãe, a qual advém do fato de que esta é falante, podendo pronunciar algo de que necessita a criança para sair da condição de assujeito e aceder à de sujeito de seu próprio desejo. Não antes de concordar pagar o preço de aceitar a privação/castração da mãe. A lei do pai é o que retorna à criança quando a concebe, imaginariamente, como privadora da mãe. Lei que é palavra do pai, mediada pela mãe, condição para que ele apareça para o filho como aquele que detém o falo. Passaporte, portanto, para a saída do complexo de Édipo, que implicará numa identificação ao pai como “Ideal do eu”.

Jean-Pierre Lebrun (2010, p. 15)3, em O mal-estar na subjetivação, aponta o declínio da função patriarcal – que implica o declínio da função do pai no social. Para Lacan, é a instância psíquica cuja função, no plano simbólico, consiste em regular a estrutura imaginária do eu, as identificações e os conflitos que regem suas relações com os semblantes.

O maior sintoma da contemporaneidade. Diz ele: “Com efeito, é o sintoma maior de nosso social atual, no que ele segue em cortejo tanto com a evolução da democracia como com os progressos das tecnociências e com o desenvolvimento do liberalismo econômico.”

A avaliação leva em conta efeitos do avanço da democracia na ordem política e econômica, bem como na evolução dos discursos da ciência e da tecnologia, sem pender, todavia, para uma posição contra o progresso. Lebrun (Idem, p. 16) afirma que uma das conseqüências desse declínio da função patriarcal, na atualidade, é o descrédito observado em relação ao “lugar do pai no social”, o qual se torna visível também em relação a todos aqueles que ocupam um “lugar de autoridade ou chefia”.

De forma dramática, podemos ver isso, hoje, em relação ao professor. Tal como o pai, para ser amado, para ostentar um certo grau de reconhecimento social, ele se faz “brother”, muitas vezes, comprometendo o lugar de exceção que deve ocupar, por onde a legitimidade se impõe, não pela força, mas pela palavra. O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o avanço do capitalismo e da democracia são fatos históricos que abalam a função de referência, válida para todos até o início do terceiro milênio. Assim, o que era necessário, até então, mostra-se, agora, nada mais nada menos, do que mera “contingência histórica”, ou seja, o pai do patriarcado já não é indispensável para transmitir a terceiridade.

O que queremos ressaltar, porém, e que Lebrun (Idem, p. 17) defende, enfaticamente, é que o declínio da função patriarcal – ou da função do pai no social – não equivale ao declínio da função paterna – a função patriarcal correspondendo ao papel que o pai exerce no social, enquanto a função paterna tem a ver com “o lugar que o genitor, podendo ser qualquer outro, ocupa para a mãe e a criança, de forma a permitir a operação da metáfora paterna”.

Entretanto, mesmo que o declínio da função patriarcal, de cujos efeitos padecemos, não corresponda ao declínio da função paterna, ele “priva de sua legitimidade o exercício real da função paterna na família, pois o enodamento real-imaginário-simbólico é indispensável para o seu funcionamento.

Em consequência do declínio da função do pai no social, o pai de hoje já não se sente mais reconhecido nesse lugar de quem estabelece e impõe limites, já que a ordem, agora, é a do gozo sem limite, embora, como avalia, ainda, o autor citado, (Idem, p. 20), para que tal efeito não ocorra “basta que aquele que faz ofício de pai real não abandone sua tarefa, mesmo que este tenha perdido sua legitimidade histórica de antanho”.

Como se sabe, Lacan muito se empenhou para acompanhar os progressos do social e a própria formulação do conceito de função paterna é uma comprovação disso, na medida em que, naquele momento, ele tem claro o propósito de ultrapassar o que está compreendido pelo declínio do patriarcado, ou seja, o que é da função do pai no social. A função paterna é outra coisa.

Ao final do seu ensino, o conceito de Nome-do-Pai pluraliza-se como Nomes-do-
 Pai. Porge (Idem, p. 9) afirma que essa ortografia no plural não aparece em escritos publicados do próprio Lacan, podendo ser encontrada, no entanto, em seminários e conferências. Na aula de 11 de março de 1975, do Seminário RSI, ele diz: “Quando comecei [...] eu falei dos nomes do pai. Pois bem, os nomes do pai é isso: o simbólico, o imaginário e o real [...] é isso os nomes do pai, os nomes primeiros enquanto nomeiam algo.”

Para Porge (Idem, p. 160), “o plural os nomes do pai, aos quais são identificados real, simbólico e imaginário, significa esta conjunção, cujo operador é o Nome-do-Pai”. Mas será que essa conjunção, tendo o Nome-do-Pai como operador, ainda é válida hoje?

Na publicação mais recente de Lebrun (Idem, p. 86-7), ele nos diz que, com a pluralização [dos Nomes-do-Pai], “Lacan faz emergir uma nova modalidade de função paterna: não mais um Pai para todos, mas a cada um o seu”. Um detalhe, porém, não é mera retórica: que se possa dispensar o Nome-do-Pai, mas com a condição de poder servir-se dele. Dito de outro modo, é impossível ao que se fez humano livrar-se da instância fálica. Por isso, é de um para-além do que podem oferecer as pai – versões infinitas de Papai Noel que as crianças de nossa contemporaneidade precisam.

Como pai – versões, nesse momento, queremos entender as versões multiplicadas do pai, a partir da pluralização do Nome-do-pai, que apontaria para um dispositivo que Lebrun, (2008, p. 278), em A perversão comum, está chamando de “nomear-para”, em contraposição ao Nome-do-Pai. E ele toma o testemunho do próprio Lacan para dizer que, “este nomear pode não se acrescentar ao Nome-do-Pai, mas ao contrário, tomar seu lugar”. Desse modo, se a “nomeação” é uma metáfora, o “nomeado-para” seria uma solução metonímica onde metáfora não há. E isso faz toda a diferença, o que Lebrun (Idem, p. 279), ainda seguindo a mesma trilha, tenta explicar relembrando a afirmação de Lacan: “a mãe em geral basta para a operação do nomear para [...] não há necessidade de intervenção do terceiro”.

Mas, logo em seguida, mostra o limite implicado nessa afirmação lacaniana: “é que a mãe não poderá ser o pai real”. Voltando a Papai Noel, é nessa posição – a da mãe que não poderá ser jamais o pai real – que estamos vendo cada representação de carne e osso imposta às crianças de nossa contemporaneidade, como se fossem a representação do pai real. Na medida, em que o social atual já não confere a este pai seu nome-de-pai, isto é, sua função simbólica, o sujeito estaria como “em suspenso”, abandonado à perversão polimorfa infantil, à “mère-version”, ou seja, a um outro regime onde não é preciso metáfora (metáfora paterna), a metonímia sendo bastante, nesse caso, pois, se há terceiro, ele é meramente virtual.

Pressionadas pelo peso do imaginário que lhes antecipa a angústia de não poder desejar – porque o vazio, ele está cheio de sentidos – elas, as crianças contemporâneas, exibem seu mal-estar. As escolhas sintomáticas são as mais diversas: obesidade, anorexia, hiperatividade, dificuldade de aprender, agressividade, depressão, dentre outras. E nós, que podemos fazer? Vamos continuar apontando na direção da alternativa de poder dispensar-se do encontro com a perda? Vamos continuar, diante do mal-estar de nossas crianças e adolescentes, vestindo a roupa de Papai Noel?




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